Eu não quero verdades ou conselhos.
Os que sabem a verdade, o caminho e a luz,
salvo raríssimas exceções,
me massacram com a sua sabedoria.
Os que aconselham, o fazem com ar piedoso,
como se estivessem permanentemente penalizados com a nossa estupidez.
Ou têm um olhar dúbio,
tipo rico-entediado-em-coquetel-chatíssimo.
E acrescentem-se aqui as tais exceções.
Quando as verdades e os conselhos me aborrecem
lembro imediatamente do Raulzito:
“...eu prefiro ser essa metamorfose ambulante,
do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...”
E do Livro das ignorãnças, do Manoel de Barros:
"Desaprender oito horas por dia ensina os princípios."