A cada braçada eu repasso a andança,
e a travessia cansa.
Mas, reluto em afogar-me.
E penso no seu colo e quero seu regaço
mas me faço quase-heróica
e me desfaço em silêncios inúteis.
Silêncios relativos, reconheço, pois sei o tanto que me queixo.
E retribuis, e aconselhas, e afagas minha aparente mágoa.
Mas, do que eu calo, não desconfias.
E se às vezes eu tenho raiva porque não me adivinhas,
quase sempre eu sinto alívio, porque não me conheces.