A minha última jornada foi aqui. Comunidade quilombola de São Bernardino, Centro Ouro, Nossa Senhora das Graças e Vila União, município de Moju, Pará, Brasil.
Um título de 5.241 hectares para remanescentes de quilombos.
Um salão comunitário enfeitado para homenagear santos e orixás.
E as meninas quilombolas orgulham-se da sua história e raça!
Fotos: Sérgio Fernandes
E eu chorei no caminho de volta para casa. A alegria de ter contribuído para que parcela da dívida brasileira com os negros e seus descendentes seja resgatada e a saudade antecipada das lutas que ainda estão por vir.
A letra desta canção encerra minha travessia:
mangue, colônia pesqueira, Pontal do Pilar
barro, sapé e aroeira, é a casa de lá
bule de flandres, esteira, moringa e alguidar,
beira de mar
luz de vagalume, estrela, candeia e luar
A lua cheia se mira nas águas de lá
Lá que a sereia costuma surgir pra cantar
Beira de mar
sangue de África
centro de aldeia, bandeira, nação Zanzibar
da mesma veia guerreira do povo Palmar
Tudo palmeira de beira de mar.
(Outro quilombo - Mario Gil e Paulo César Pinheiro)