Tento hoje não deixar as horas escorrerem entre os dedos,
mas a presunção de ser e de fazer me cega.
Cobram-me. Todos.
Mas quem me cobra mais e mais, até a exaustão,
é o rosto cansado que vejo no espelho,
velho conhecido de tantas travessias,
mas que sorria antes,
mesmo que a margem não estivesse à vista,
e que não tinha medo de se afogar.
O que me cobra o tempo que me desfaz
é eu não saber fazer o tempo
de amar,
de ser quem eu não sei mais,
de abraçar sem pressa.
O comprimido volta a minha bolsa.
Penso, com ele, que vou encontrar o que não posso ou que não quero.
Pondero-me com o Pondera!
Feia rima. Tola solução.