" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

22
Jan 06

 Se um dia eu acordar valente,

e Rocinante, finalmente, me derrubar,

vou ver que os moinhos não são de vento:

são de terra, areia e mar.

Vou reescrever minha vida,

indo buscar as mangas cheirosas da  infância

da casa da minha avó,

e os seus doces da mamão,

e a malhadeira de meu pai,

e o pão caseiro da tia,

e os gnocchis da minha mãe,

e atiro-os todos ao ar!

Livro-me de gostos e cheiros,

abando essa melancolia - e esse enorme prazer! -

de olhar pra traz.

 

Se um dia eu acordar valente,

faço várias parcerias

nas letras que tanto gosto!

Começo roubando Gil,

pra me convencer a só ser.

Junto-me a Cazuza, e grito:

eu preciso dizer que te amo...tanto!

Desculpo-me com meus filhos,

e os da sua geração, surrupiando Ivan Lins:

  “perdoem a falta de ar...”

E vou-me embora pra Pasárgada,

seguindo Manuel Bandeira,

pra ter o amor que quero,

na cama que escolherei!

publicado por Adelina Braglia às 08:54

E quem boa cama fizer, nela se há-de deitar!... ;)
sotavento a 22 de Janeiro de 2006 às 10:13

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