" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

03
Nov 12

O tempo marcado em décadas, se peso tem, tem também a qualidade de permitir “olhar” a passagem do tempo com mais generosidade. Comigo e com a humanidade!

 

A primeira vez que me dei conta disto foi quando completei 50 anos. Talvez a emblemática quantia de anos - meio século! - tenha chamado minha atenção mais do que as outras dezenas que já havia percorrido. A partir daí, passado o susto da porção de século, a próxima década foi tranquila. E o tempo passou a ter outro peso, dando a tranquilidade de olhar fatos e coisas com mais calma. Talvez por isto fico curiosa com as matérias sobre os 70 anos de Milton Nascimento ou os de Clara Nunes, se viva estivesse, o centenário do nascimento de Nelson Rodrigues, o centenário da imigração japonesa, e por aí vamos.

 

Nestas comemorações recentes de décadas disto e daquilo, a que mais me divertiu foi o cinquentenário dos Rolling Stones. Na foto mais divulgada, as aparências destacadas: o histriônico Mick Jagger, o transgressor Keith Richards, o contido Charlie Watts e o enigmático Ronnie Wood. Assim eles ficaram na minha memória, ainda que os soubesse personagens de si. Da mesma maneira me vejo como personagem de mim.

 

Criamos modelos de filha, irmã, mãe, amiga, amante, profissionais. Modelos de força ou fragilidade, dependendo do contexto ou da circunstancia. Às vezes uma das interpretações é tão forte que nos cola na pele e passamos anos - décadas? - sem nos livrarmos dela.

 

O que é tudo isso? É só rock and roll. Simples assim. Um amanhecer de sábado, depois de um bom café e o desejo de escrever.

 

 

Tenham um ótimo dia.

 

 

 

 

 

 

 

publicado por Adelina Braglia às 06:51

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