Se eu desdobrasse esta dor em dez e a repartisse pelo corpo inteiro, não haveria braços, pernas, olhos, boca, capazes de suportá-la. O corpo não suporta dores. Na verdade, ele as sublima. Transforma-as em dor na coluna, na cabeça, no estômago.
A dor de causar dor ao filho, esta não. Esta não se dissolve nem se dissipa pelo corpo. Não alivia, não distribui seu peso de forma que se possa carregá-la. Ela gruda na alma e a espreme.
Encontro formas mil para me explicar comigo, pra dizer que este é o remédio necessário pra curar a dor do filho. Mas, que medo, que medo!
Ai, que esta dor agarrada à alma, não passa, não passa, não passa.