... e é tão simples que não é preciso desenhar...rsrsrs....
Passeando pelo blog da Inês, aí ao lado, descobri que devo aos portugueses do Porto três das melhores coisas das minhas memórias de infância. Assim ela começou seu post:
“Além do vinho do Porto, das tripas, dos filetes de polvo com arroz do mesmo, das iscas de bacalhau da Ribeira, do arroz-doce, do culto das camélias, do cimbalino, da francesinha, do fino, do rock português (Chico Fininho de Rui Veloso), do cinema português (Aurélio Paz dos Reis (1862-1931), do liberalismo (1820) e da República (1891- 31 de Janeiro), o Porto inventou a noitada de S. João (...)”
E eu escrevo este para dizer que embora a Vila Madalena - onde nasci e morei até os 25 anos - fosse fundamentalmente um bairro português, com algumas pinceladas de italianos e espanhóis, eu nunca havia pensado que devia aos portugueses do Porto tanta memória e doçura.
Agradeço o pé de camélias do quintal da madrinha, cujas flores tinham um cheiro doce que entrava narina adentro e que, embora parecendo suave tinha força a ponto de eu senti-lo do outro lado da rua, da janela do quarto da minha mãe.
Agradeço o cheiro bom do arroz-doce com raspas de limão e o gosto que remanesce na boca pela vida afora,ainda que eu não o coma há anos. Ah! e agradeço muito a alegria das festas de Santo Antônio, de São João e de São Pedro.
Nessas festas as ruas da Vila ficavam coalhadas de fogueiras e os vizinhos traziam pratos de doces e salgados para as calçadas. As crianças e os jovens ensaiavam a dança da quadrilha semanas antes e os meninos pintavam a carvão no rosto o bigode que um dia presumiam poder ter. As meninas passavam batom, usavam fitas coloridas na cabeça e a grande disputa era a honra de ser a noiva do casamento. E o grande, o inenarrável crime que cometíamos era, nós, as crianças, bebericar escondidas na pia da cozinha da madrinha os restos de quentão deixados no fundo dos copos.
E agradeço, especialmente, ter acreditado por muito tempo, embalada pelo cheiro das camélias, pelo gosto do arroz-doce e pela alegria das quadrilhas, que era possível ser feliz como coisa permanente, para além daqueles cheiros e gostos e calor das fogueiras.
E ainda que eu conheça a maravilhoda gravação de Dulce Pontes, era Amália Rodrigues quem cantava nos quintais da minha infância.
E porque o meu amor por você é imenso
É porque o meu amor por você é tão grande
É porque o meu amor por você é enorme
demais
Beijo, querida.
Quem pergunta por mim
Já deve saber
Do riso no fim
De tanto sofrer
Que eu não desisti
Das minhas bandeiras
Caminhos, trincheiras da noite
Eu, que sempre apostei
Na minha paixão
Guardei um país no meu coração
Um foco de luz, seduz a razão
De repente a visão da esperança
Quis esse sonhador
Aprendiz de tanto suor
Ser feliz num gesto de amor
Meu país acendeu a cor
Verde, as matas no olhar, ver de perto
Ver de novo um lugar, ver adiante
Sede de navegar, verdejantes tempos
Mudança dos ventos no meu coração
Verdejantes tempos
Mudança dos ventos no meu coração.
... para fazer mais e melhor, mesmo com uma receita pública chinfrim, que só pode ser ampliada se a gestão municipal inspirar compromiso e seriedade.
...para garantir que as prioridades que povo de Belém precisa para ser feliz serão garantidas.
... porque é preciso.
Porque Belém merece.
Belém e Fortaleza são as capitais com maior índice de suicídios entre jovens.
Em Belém o índice de mortalidade materna é de 43 por 100 mil nascidos vivos. O padrão máximo da OMS é 20/100.000.
Em Belém 25% de jovens entre 15 e 17 anos tem menos de 4 anos de estudo.
Em Belém, apenas 32% dos jovens de 15 a 17 anos tem acesso ao ensino médio.
Mas, Belém tem jeito. O jeito é JORDY, PPS, 23.