" Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos na Terra?" (Garcia Lorca)

30
Nov 07

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comunidade quilombola de Camiranga, Cachoeira do Piriá, Pará, Brasil.

 

Fotos: Margareth Gondim

 

 

publicado por Adelina Braglia às 12:14

29
Nov 07
Meninos entre 10 e 11 anos são mão-de-obra barata na colheita de laranja, no interior do estado de São Paulo.
 
Pernambuco se destaca pelo assustador crescimento de assassinato de mulheres, vítimas da violência doméstica.
 
A pró-reitora do campus Rondonópolis da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), Sorahia Miranda Lima, 41; o prefeito do campus, Luiz Mauro Pires Russo, 44; e o professor do curso de zootecnia Alessandro Luís Fraga, 33, foram assassinados a tiros na madrugada desta quarta-feira.
 
Em 2002, quando o PT elegeu a maior bancada na Câmara, os reeleitos pela sigla registraram uma evolução patrimonial média de 83,7% na comparação com 1998, a maior entre os reeleitos pelos principais partidos no mesmo período. O PSDB tem o eleito em 2002 com o maior patrimônio: o deputado federal Ronaldo Cezar Coelho, que declarou bens no valor de R$ 297 milhões. O segundo lugar ficou com o senador Paulo Octávio (PFL-DF), com R$ 216 milhões.
 
Menino de três anos morre vítima de maus-tratos em Canela, Rio Grande do Sul.
 
Bispo em greve diz que transposição “é propaganda enganosa”. D. Cappio iniciou greve de fome na última terça contra as obras do São Francisco e cobra 'verdade' de Lula. "Essa água não é para 12 milhões de pessoas, é para pequenos grupos do capital. Até agora não tiveram a coragem de assumir para quem é destinado o projeto, não tiveram a coragem de assumir a verdade. Continuam com essa falácia, continuam com essa propaganda falsa, enganando as pessoas". E completou: "Ele, o presidente, devia ser mais verdadeiro e dizer com clareza para o Brasil a realidade desse projeto, dizer para quem esse projeto vai ser útil".
 
Estas são algumas notícias de hoje.
publicado por Adelina Braglia às 09:20

 

“ Em carta, Abdias cobra Lula
Por: Redação - Fonte: Afropress - 21/11/2007

Rio – Antes da sugestão do Presidente de que os negros brasileiros devem se “unir” e “cutucar” o Governo para obter mais conquistas, incluindo a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, o ex-senador e maior líder negro brasileiro vivo, Abdias do Nascimento, 94 anos, mandou carta ao Presidente denunciando o não cumprimento da Lei 10.639/2003, a campanha da mídia contra as conquistas dos quilombolas e das cotas e ações afirmativas nas Universidades, e cobrando Lula a não esmorecer no apoio a estas conquistas.
Abdias também lembra na carta o episódio em que lideranças do Fórum foram mal-recebidas pelo Presidente Arlindo Chinaglia, ao entregarem o abaixo-assinado com 100 mil assinaturas coletadas pelo Fórum SP da Igualdade Racial, pedindo a votação do Estatuto. No incidente ocorrido, Chinaglia, chegou a mandar um dos manifestantes “calar a boca”.
(...)

Chinaglia recebeu posteriormente as lideranças, se retratou do incidente que considerou ser fruto de um “mau dia”, e se comprometeu a pautar o projeto, convocando uma Comissão Geral para a próxima segunda-feira (26/11) e nomeando uma Comissão de Deputados formada por 17 parlamentares para agilizar a tramitação.

Veja a íntegra da carta

Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2007.

Sua Excelência, nosso querido Presidente Lula,
Saudações quilombistas no Dia Nacional da Consciência Negra.

Tenho recebido das mãos de Vossa Excelência honrarias que muito me orgulham, e que recebo em nome do povo afrodescendente deste País, pois entendo que os méritos a ele pertencem. Por isso não poderia deixar de me manifestar no dia de hoje ao povo negro, a todo o povo brasileiro, e a nossos governantes, na pessoa de Vossa Excelência, pois a felicidade do negro, como disse o poeta, é uma felicidade guerreira.

Ao tempo que muito me alegram e me honram a outorga da Grã Cruz da Ordem do Mérito Cultural, e a minha inclusão na mais alta classe da Ordem do Rio Branco, observo que as desigualdades raciais no Brasil continuam agudas e profundas. Diariamente recebo notícias de pesquisas quantitativas que confirmam este fato. Só no dia de hoje, por exemplo, soubemos por pesquisadores da UFRJ que as principais causas de mortalidade de homens negros são violentas, como homicídios, enquanto os brancos morrem mais por doenças. Ainda hoje também, soubemos que a Fundação SEADE concluiu que brancos ocupam quatro vezes mais cargos executivas que negros.

Setores poderosos detentores dos meios de comunicação de massa no país estão deflagrando uma campanha no sentido de desacreditar essas estatísticas e vilipendiar aqueles, como Vossa Excelência, que pensam na necessidade de políticas públicas de combate a essas desigualdades. Novamente nos acusam de racismo, usando o falso argumento de que o critério de análise dos dados, e não a realidade social, causa divisões perigosas em nossa sociedade. Há décadas os intelectuais negros afirmam que raça nada tem a ver com biologia ou genética, mas que como categoria socialmente construída é uma dura realidade discriminatória baseada em características de aparência e fenótipo.

Senhor Presidente, suas recentes visitas à África somadas a outras iniciativas como a promulgação da lei 10.639/03 e a implantação da política de cotas reparatórias nas universidades têm propiciado um novo clima que permite debater questões sérias que vinham sendo ocultadas ou negadas pelas elites entrincheiradas no mundo acadêmico e no universo da mídia. Ora, diante de um momento tão encorajador, fomentam, com crescente agressividade, essa campanha desestabilizadora da sociedade, em que a desinformação deliberada rivaliza com a malevolência racista, e que objetiva intimidar todo um povo e enganar toda uma nação.

Assistimos como, na casa dos representantes do povo, após receber com grande repercussão os porta-vozes dessa campanha, se mandou "calar a boca" aos negros que usaram de seu legítimo direito democrático de apresentar as suas demandas. Assusta pensar que legisladores capazes de semelhante agressão se pronunciarão, daqui alguns meses, sobre o Estatuto da Igualdade Racial, cujas propostas abrem novas perspectivas para melhorar as relações sociorraciais e trazer um vento de esperança à população negra preterida.

Senhor Presidente, hoje a Ministra da SEPPIR, nossa querida Matilde Ribeiro, irá lhe apresentar o Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial, fruto de todo um processo de coordenação de deliberações para a construção dessas políticas públicas. Venho hoje lhe convocar a não esmorecer na sua decisão de implementá-las, pois nossa população aguarda políticas efetivas, o que significa investimento de recursos.

Há muito tempo os economistas comprometidos com o povo brasileiro vêm falando que o nosso país precisa crescer, para valer, para absorver as legiões de jovens que, a cada ano, procuram ingressar no mercado de trabalho. Estamos acumulando décadas perdidas com a falta de desenvolvimento econômico intensivo em emprego, com a transversalidade de raça e gênero, associada à redução do papel do Estado na área social. Como conseqüência, os problemas sociais vêm atingindo patamares perigosos. Haja vista a violência em nossas cidades que alcança índices de genocídio entre a juventude negra e favelada.

Reconheço o grande avanço que significa a Lei 10 639/2003, que visa fazer o resgate de nossa história e de nossa memória e torná-las patrimônio cultural de todo o povo brasileiro, mas tenho que elevar a minha voz para dizer que esta lei não está sendo cumprida, ou tem a sua implementação dificultada, por todos aqueles que não querem mudanças nas relações de dominação racial em nosso país.

Reconheço o avanço contido no Programa Brasil Quilombola, e lhe convoco a continuar investindo cada vez mais nesse setor, apesar da campanha de mídia que caracteriza sua ação como criminosa e racista, no intuito de desmoralizá-la e favorecer os interesses fundiários estabelecidos. Deflagra-se, ainda, uma onda de violência, também no intuito de favorecer tais interesses, em que hoje morreu um quilombola no estado do Espírito Santo. É preciso continuar: demarcar, desapropriar, e fazer valer os direitos das comunidades quilombolas contra as ameaças constantes de despejo de seus territórios. Não podemos, com coerência, celebrar Zumbi do Quilombo dos Palmares, herói nacional, enquanto as populações dos quilombos do Brasil são agredidas e têm seus direitos desrespeitados!

Aliás, na qualidade de co-fundador e ex-presidente do Memorial Zumbi, movimento da sociedade civil que conduziu à criação da Fundação Cultural Palmares e à desapropriação das terras da Serra da Barriga, venho lhe indagar como, no ato cívico realizado nas terras de Palmares, faltaram as bandeiras do Brasil, do Estado de Alagoas, e do Município de União dos Palmares. Trata-se de um simbolismo fundamental. Esta data, esta luta e essas políticas públicas são bandeiras do Brasil e de seus governos locais e estaduais, não só dos afrodescendentes!

Finalmente, quero dizer que tenho fé nas forças que querem transformar o meu país. Também nutro a convicção maior de que as energias que brotam do coração de Zumbi dos Palmares e de todos os nossos ancestrais ampliarão, cada vez mais, a consciência negra neste país. De negros e de brancos que sonham o sonho bom da liberdade e da justiça.

Por isso as saudações quilombistas: trata-se de uma proposta para a Nação. Zumbi vive em nós, homens e mulheres da resistência anti-racismo e da construção de um Brasil justo e democrático. Axé! “

Abdias Nascimento
Professor e militante do movimento social afro-brasileiro
publicado por Adelina Braglia às 08:58

25
Nov 07

Taí uma menina com voz doce: Danni Carlos.

Até que a novela revela boas coisas... Mas, a moça já existia antes da Globo!

 

 

 

 

 

 

Eu quero ficar perto de tudo que acho certo
Até o dia em que eu mudar de opinião
A minha experiência, meu pacto com a ciência
O meu conhecimento é minha distração

Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio relógio mostra o tempo errado
Aperte o 'Play'

Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer na minha confusão
É o meu ponto de vista, não aceito turistas
Meu mundo 'tá' fechado pra visitação

Coisas que eu sei
O medo mora perto das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupa
É minha lei

Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais, depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro do que eu desenhei

Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas no meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos que eu não sei usar
Eu já comprei

As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre quando 'tô' a fim

Coisas que eu sei
As noites ficam claras no raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes eu somente não sabia

Coisas que eu sei
As noites ficam claras no raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes eu somente não sabia

Agora eu sei...

(Coisas que eu sei - Dudu Falcão)

 

publicado por Adelina Braglia às 22:51

publicado por Adelina Braglia às 10:37

24
Nov 07

Neste sábado, a menina de Abaetetuba continua a ser a dona da minha cabeça e da minha alma. Meninas e meninos do Brasil varonil.


As cenas são de Quatipuru, mas representam as ruas e os quintais de muitas meninas e meninos de Abaetetuba, da Paraíba, de Minas Gerais, do Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Não há Pará neste drama. Há um Brasil que perdeu o rumo, o bonde, o passo e o compasso.

 

Onde a senilidade social se sobrepõe à solidariedade.

 

Há os Falcões do Tráfico, há os matadores de aluguel, há as meninas de Abaetetuba.

 

E uma enorme e profunda indiferença a tudo o que a Globo não dá destaque.

 

Perdemos o prumo, o rumo,  a vergonha. Ela é apenas um calombo que dói quando o plim-plim  nos assusta. Depois, o silêncio. Até o próximo ato.

 

 

 

 

publicado por Adelina Braglia às 13:30

 

"...estava previsto que a cidade dos espelhos e das miragens seria arrasada pelo vento e desterrada da memória dos homens ..."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Obrigada, Karine.

 

 

 

publicado por Adelina Braglia às 11:58

23
Nov 07

 

 

Eu errei, Juca.

 

Tentava entender o injustificável.

 

Na noite anterior explodia a notícia da menina de Abaetetuba. Enquanto isso, a governadora  Ana Júlia achou mais adequado dançar com o vice-presidente.

 

Sorry, periferia!

 

 

 

 

publicado por Adelina Braglia às 10:48

 

Numa iníqua conjunção de incompetência, omissão e despreparo entre Justiça, Polícia e Executivo – para ser educada – o capítulo de hoje do drama da menina de Abaetetuba é  a Governadora do Pará se dispor a tirar o sofá da sala, tal qual a piada infame do marido que chega em casa e encontra a mulher com o amante e livra-se do sofá!
 
 
"BELÉM - A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, deverá baixar amanhã um decreto que proíbe o acolhimento de mulheres e menores nas delegacias da capital e do interior, quando esses locais não oferecerem condições para receber os presos. "Isto é uma redundância, uma bobagem, porque já está previsto na lei de execução penal", reagiu a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Pará, Mary Cohen."
 
publicado por Adelina Braglia às 09:09

22
Nov 07

 

 

Hoje eu sonhei com o José Montenegro de Lima, o Monte
 
Foi um sonho bom. Ele cantava Luiz Gonzaga! 
 
Na sua biografia, falam da sua alegria, mas não falam do seu riso aberto e solto e dos olhos luminosos.
 
Um abraço, Montenegro. Continuamos lutando, os que te conheceram. É certo que a idade e as desventuras democráticas arrefeceram nossa alegria.
 
 
PS: Depois daquele setembro, nunca mais fui a um forró.
 
publicado por Adelina Braglia às 08:13

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