Ai, que eu odeio recados, especialmente os mal dados,
nem que não sejam pra mim.
Ai, que eu odeio saudades, distâncias, abraços desperdiçados
nas mãos estendidas no ar.
Ai, que eu odeio que me mostrem o caminho,
quando eu quero é me perder.
Ai, que eu odeio a “sina”, a sorte, o azar.
Ai, que tantos ais significam exatamente o que são.
(*) abaixo, é Dolores Duran
Ai, a rua escura, o vento frio
Essa saudade, esse vazio
Essa vontade de chorar.
Ai, tua distância tão amiga
Essa ternura tão antiga
E o desencanto de esperar.
Sim, eu não te amo porque quero.
Ah, se eu pudesse esqueceria.
Vivo, e vivo só porque te espero.
Ai, esta amargura, esta agonia.
(Ternura antiga)