Olho pra mim e vejo,
além do retângulo da máquina,
meu tempo preso no espelho.
É um passatempo brincar de aprisioná-lo.
Eu não consigo me apropriar do tempo.
Ele é que toma conta de mim.
Assim, brinco com ele
e o retenho no retângulo da máquina,
mas sei que me aprisiono com ele.
Tenho um vazio no peito,
uma tristeza nas mãos,
uma dor fininha cá dentro.
Vou parar de brincar com o tempo.